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" A quem,como eu,assim, vivendo não sabe ter vida, que resta senão, como os meus pares, a renuncia por modo e a contemplação por destino? Não sabendo o que é a vida religiosa,nem podendo sabê-lo, porque se não tem fé com a razão;não podendo ter fé na abstração do homem, nem sabendo mesmo que fazer dela perante nós, ficava-nos, como motivo de ter alma, a contemplação estética da vida. E assim, alheios à solenidade de todos os mundos,indiferentes ao divino e desprezadores do humano, entregamo-nos futilmente à sensação sem propósito, cultivada num epicurismo subtilizado, como convém aos nossos nervos cerebrais."