Resto 148/b

" São sempre cataclismos do cosmos as grandes angústias da nossa alma... Em toda a alma que sente chega o dia em que o Destino nela representa um apócalipse de agústia - um entornar dos céus e dos mundos todos sobre a sua desconsolação.
Sentir-se superior e ver-se tratado pelo Destino como inferior aos ínfimos - quem pode vangloriar-se de estar homem em tal situação?
Se um dia pudesse adquirir um rasgo tão grande de expressão, que concentrasse toda a arte em mim, escreveria uma apoteose do sono.Não sei de prazer maior, em toda a minha vida, que poder dormir. O apagamento integral da vida e da alma, o afastamento completo de tudo quanto é seres e gente, a noite sem memória nem ilusão, o não ter passado nem futuro..."