"Esta mesa ...é um pedaço de madeira, é uma mesa, e é um móvel entre outros...a minha impressão desta mesa...terá que ser composta das noções de que ela é de madeira...e lhe atribuo certos usos e fins, e de que nela se reflectem, nela se inserem, e a transformam...É a propria cor que lhe foi dada, o desbotamento dessa cor, as nódoas e partidos que tem - tudo isto repare-se lhe veio de fora, e é isso que, mais que a sua essência de madeira, lhe dá a alma. E o íntimo dessa alma, que é o ser mesa, também lhe foi dado de fora, que é a personalidade.
Acho, pois que não há erro humano, nem literário, em atribuir alma às coisas que chamamos inanimadas. Ser uma coisa é ser objecto de uma atribuição."