Resto 79
" Afinal eu quem sou, quando não brinco? Um pobre orfão abandonado nas ruas das Sensações, tritando de frio às esquinas da Realidade, tendo que dormir nos degraus da Tristeza e comer o pão dado da Fantasia...Se um dia Deus me viesse buscar e me levasse para a sua casa e me desse calor e afeição...Às vezes penso isto e choro com alegria a pensar que o posso pensar...Mas o vento arrasta-se pela rua fora e as folhas caem no passeio...Ergo os olhos e vejo as estrelas que não têm sentido nenhum...E de tudo isto fico apenas eu, uma pobre criança abandonada, que nenhum Amor quis para filho adoptivo, nem nenhuma Amizade para seu companheiro de brinquedos."