" Há no ar um torpor do que não se consegue nunca. Cala alto a paisagem do céu. Nesta hora, em que sinto até transbordar, quisera ter a malícia inteira de dizer, o capricho livre de um estilo por destino. Mas não, só o céu alto é tudo, remoto, abolindo-se, e a emoção que tenho, e que é tantas, juntas e confusas, não é mais que o reflexo desse céu nulo num lago em mim - lago recluso entre rochedos hirtos, calado, olhar morto, em que a altura se contempla esquecida.
Tantas vezes, tantas, como agora, me tem pesado sentir que sinto - sentir como angústia só por sentir, a inquietação de estar aqui, a saudade, de outra coisa que se não se conheceu, o poente de todas as emoções, amarelecer-me esbatido para a tristeza cinzenta na minha consciência externa de mim"