Resto 155/b
" Estou quase místico, como eles, ao falar deles, mas seria incapaz de ser mais que estas palavras escritas ao sabor da minha inclinação ocasional. Serei sempre da Rua dos Douradores, como a humanidade inteira. Serei sempre em verso ou prosa, empregado de carteira. Serei sempre no místico ou não-místico, local e submisso, servo das minhas sensações e da hora em que as ter. Serei sempre, sob o grande pálido azul do céu mudo, pajem num rito incompreendido, vestido de vida para cumpri-lo, executando, sem saber porquê, gestos e passos, posições e maneiras, até que a festa acabe, ou o meu papel nela, e eu possa ir comer coisa de gala nas grandes barracas que estão, dizem, lé em baixo ao fundo do jardim."