Resto 187
" Nem se sabe o que acaba do dia é connosco que finda em mágoa inútil, ou se o que somos é falso entre penumbras, e não há mais que um grande silêncio...Não se sabe nada, nem a memória resta das histórias de infância...A lâmpada votiva oscila incerta no templo onde já ninguém anda, estagnam os tanque ao sol das quintas desertas...Outros se debruçaram da mesma janela que os outros; dormem os que se esqueceram da má sombra, saudosos do sol que não tinham; e eu mesmo, que ouso sem gestos, acabarei sem remorsos, entre juncos ensopados...E através de tudo, como um silvo de angústia nua, sentirei a minha alma por detrás do devaneio - uivo fundo e puro, inútil no escuro do mundo."