"Estagno na mesma alma. Dá-se em mim uma suspensão da vontade,da emoção, do pensamento, e esta suspensão dura magnos dias; só a vida vegetativa da alma - a palavra, o gesto, o hábito - me exprimem eu para os outros, e através deles, para mim.
Nesses períodos de sombra sou incapaz de pensar, de sentir, de querer.Não sei escrever mais que algarismo, ou riscos. Não sinto, e a morte de quem amasse far-me-ia a impressão de ter sido realizada numa língua estrangeira. Não posso; é como se dormisse e os meus gestos, as minhas palavras, os meus actos certos, não fossem mais que uma respiração periférica, instinto rítmico de um organismo qualquer."