" Qualquer deslocamento das horas usuais traz sempre ao espírito uma novidade fria, um prazer levemente desconfortante. Quem tem o hábito de sair do escritório às seis horas, e por acaso saia às cinco, tem desde lgo um feriado mental e uma coisa que parece pena de não saber o que fazer de si.
Ontem, por ter que tratar longe, saí do escritório às quatro horas...Não costumo estar nas ruas àquela hora, e por isso estava numa cidade diferente. O tom lento da luz nas frontarias ususais era de uma doçura improfícua, e os transeuntes de sempre passavam por mim numa cidade ao lado, marinheiros desembarcados da esquadra de ontem à noite......Então de volta? Sim, de volta. Estava ali então livre de sentir, sozinho com os que me acompanhavam sem que espiritualmente ali estivessem para mim...Era em certo modo o lar, isto é, o lugar onde não se sente."