" Os males da inteligência, infelizmente, doem menos que os do sentimento, e os do sentimento, infelizmente, menos que os do corpo. Digo «infelizmente» porque a dignidade humana exigiria o avesso. Não há sensação angustiada do mistério que possa doer como o amor, o ciúme, a saudade, que possa sufocar como o medo físico intenso que possa transformar como a cólera ou a ambição. Mas também nenhuma dor das que esfalecem a alma consegue ser tão realmente dor como a dor de dentes, ou a das cólicas, ou (suponho) a dor de parto.
De tal modo somos constituídos que a inteligência que enobrece certas emoções ou sensações, e as eleva acima das outras, as deprime também se estende a sua análise à comparação entre todas.Escrevo como quem dorme, e toda a minha vida é um recibo por assinar."