" Paisagens são repetições... Tenho da vida uma náusea vaga, e o movimento acentua-ma. Só não há tédio nas paisagens que não existem, nos livros que nunca lerei. A vida para mim, é uma sonolência que não chega ao cérebro. Esse conservo eu livre para que nele possa ser triste.
Ah, viajem os que não existem! Para quem não é nada, como um rio, o correr deve ser a vida. Mas aos que pensam e sentem, aos que estão despertos, a horrorosa histeria dos comboios, dos automóveis, dos navios não os deixa dormir nem acordar.
De qualquer viagem, ainda que pequena, regresso como de um sono cheio de sonhos - uma confusão tórpida, com as sensações coladas umas às outras, bêbado do que vi."