Vão altas, por cima de onde estou, corpo dentro de uma sombra, as nuvens silenciosas; vão altas, por cima de onde estou, alma cativa num corpo, as verdades incógnitas... Vai alto tudo... E tudo passa no alto como em baixo, sem nuvem que deixe mais do que chuva ou verdade que deixe mais do que dor... Sim, tudo o que é alto passa alto, e passa; tudo o que é de apetecer está longe e passa longe... Sim, tudo atrai, tudo é alheio e tudo passa.
Que me importa saber, ao sol ou à chuva, corpo ou alma, que passarei também? Nada, salvo a esperança de (que) tudo seja nada e portanto o nada seja tudo.